Estão
chegando as eleições, faltam poucos dias. Está chegando o momento de elegermos
aqueles que irão nos “representar” por um período de 5
anos. Confesso que já
estive mais empolgado; que ficava mais ansioso com as proximidades desse
pleito. Já fui de acompanhar horário de propaganda política gratuita no
rádio e televisão, de buscar informações nos jornais, internet e
noticiários televisivos. Sempre
buscava me preencher o máximo possível de informações sobre os
candidatos,
porém, por que será que, apesar de todo esse cuidado, aqueles candidatos
que
sempre votei, quando se elegeram, quase nunca corresponderam às minhas
expectativas? Com aquilo que eu imaginava e esperava… Ou será que eu
próprio
fantasiava demais?
Acredito
que com tantas outras pessoas ocorrera a mesma coisa, aquela sensação de voto
perdido. Isso, essa incerteza fez com que hoje, pra ser mais preciso esse ano,
já não tenho tanto interesse assim em saber destilar quais candidatos merecem
meus votos. Sinto o desânimo querendo se chegar junto à mim. Sei que não
deveria ser dessa maneira, sei que todos devemos ter consciência daquilo que
queremos e buscarmos sempre o que sentimos que seja o melhor . Todos devemos ir
em busca de informações conclusivas e corretas, a verdade oculta de cada
candidato. Não se deixem levar pelas promessas, pelos bem conduzidos e
elaborados horário político e discurso de palanques. Aquele espaço não condiz
em nada com a verdade de cada candidato. Ali, todo mundo fala o que for preciso
para lhe cativar. Quer lhe convencer que é o mais perfeito e preparado para
sanar com todos os problemas.
Busquem
a verdade fora daquele espaço, procurem saber de algo concreto que os
candidatos já fizeram, o que prometeram e não cumpriram, daqueles que só
aparecem em época de eleição. Vasculhem o passado de cada um, seja ele político
ou que pretenda ser. Não pensem que alguém vai utilizar aquele discurso no palanque
e o precioso tempo horário político para ser humilde e sincero com aquilo que
poderá, de fato, realizar e expor o que será impossível cumprir. Não. Ali todos
têm sempre uma solução mágica para tudo. É incrível! Mas, alguém já parou para
pensar no seguinte: se todos os candidatos, digo todos mesmo, cumprissem com
aquilo que prometem, nosso país, em todas as esferas de governo, estaria na
situação que hoje se encontra? São todos, de todos os partidos.
Há
quanto tempo retomamos a Democracia, o direito de votar, de elegermos os nossos
representantes? Faz muito tempo e de lá pra cá, quantos já não assumiram os
diversos governos, em todas as esferas e sempre prometendo fórmulas mágicas
para erradicar com os diversos problemas que martirizam a honra da sociedade;
que nos humilham e nos fazem penar, dependendo cada vez mais deles, na
esperança de que algum dia poderemos dizer: agora sim, acertamos!
De
tudo o que se prometeu, durante todo esse tempo, se a metade tivesse sido
cumprida, com certeza estaríamos em um outro patamar de vida, pois as promessas
de hoje são as mesmas de ontem, da última eleição, da penúltima… Giram em um
círculo com os mesmos problemas que há anos nos perseguem! Mas dessa maneira,
se isso tivesse realmente acontecido, eles não teriam mais o que prometer e
assim perderiam o controle sobre nós, não usariam das nossas mais precárias
necessidades para se manter ou alcançar o poder e assim perpetuarem-se nele!
E
isso, essa libertação de consciência e de necessidades, tenho certeza, não faz
parte dos planos deles, os políticos! Pensem bem! Não sejam do tipo daqueles
que falam: meu voto é voto de protesto. É um absurdo alguém pensar assim! O que
será um voto de protesto? Será que é eleger um hipócrita qualquer? Voto de
protesto é o voto correto. E o que dizer daqueles que votam nos candidatos que
são “simpáticos”, que sempre falam com você, cumprimentam lhe com apertos de
mão… (Isso toda eleição). Também não votem em qualquer um, achando que todos os
políticos são iguais. Isso é outro erro cometido! Já diz um antigo provérbio:
nem os dedos da mesma mão são iguais. Há vários tipos de políticos: os que
prometem de tudo, mas que sabem que não irão fazer nada, só querem os
privilégios do cargo, só querem enganar mesmo; há os que prometem e têm até a
intenção de fazer, mas vão sempre deixando pra depois, pra amanhã, pra próxima
eleição, quem sabe…; têm os que prometem, fazem uma parte e deixam o restante
para uma próxima oportunidade e alegam que não deu tempo fazer tudo; há os que
prometem, mas não fazem porque não têm como fazer aquilo que prometeu, por
vários motivos e têm até aqueles que fazem aquilo que nunca prometeram e nos
surpreendem!
Tem
de todo tipo, garimpem bem, lá no fundo das águas turvas da política. No meu
caso, só não espero mais o político perfeito, pois a perfeição é uma eterna
busca. E quando eu falei que esse ano está meio complicado é porque não temos
outras opções. Sei que com os políticos que estão aí, nada mudará ou se mudar
não será o suficiente, mas que pelo menos seja aquele mínimo que desejamos e
merecemos. Apesar de tudo isso, de todas essas adversidades que a política traz
enraizada nela, ainda sim, vencerei o desânimo que quer se apoderar de mim e
mais uma vez vou votar em quem eu sentir que seja o menos nocivo, naquela
pessoa que não prometa o céu, apenas um chão firme onde possamos caminhar e
manter viva a esperança de que um dia esse círculo será quebrado.
Espero
que a população, as pessoas, um dia tomem consciência de que as nossas
fragilidades, nossas necessidades e precariedades mantêm vivos certos políticos
que se nutrem da miséria do povo. Eles estão aí novamente, os mesmos sorrisos,
as mesmas caras mascaradas com novos personagens, os mesmos discursos, as
velhas charadas, as mesmas promessas, as velhas falácias… Quase tudo igual como há
quase 60 anos, quando nós martinopolenses adquirimos o direito de votar e pouco mudou, pouco mudará…
Será? Só não sei até quando o povo vai aceitar,
vai acreditar, vai esperar uma mudança sem ele próprio mudar. Até quando?
De um eleitor sem grandes perspectivas.
De um eleitor sem grandes perspectivas.