sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

CERCA DE 40 ALUNOS DE MARTINÓPOLE IRÃO ESTUDAR EM ESCOLAS PROFISSIONALIZANTES ESTE ANO.




Foto/Reprodução: EEEP Guilherme Teles Gouveia 
Cerca de 40 estudantes que terminaram o ensino fundamental nas escolas publicas de Martinópole estão matriculados nas escolas profissionalizantes Guilherme Teles Gouveia e Escola Prof. Emmanuel Oliveira de Arruda Coelho no município de Granja. Na EEEP Guilherme Teles Gouveia serão ofertados os cursos Técnicos nas áreas de Agroindústria, Agropecuária e Aquicultura, já a EEEP. Prof. Emmanuel Oliveira de Arruda Coelho, ofertará cursos técnicos nas áreas de Administração, Meio Ambiente, Informática e Enfermagem, os quais serão ofertados para o ano letivo de 2016, todos em tempo integral.


Para os pais e alunos esta é a primeira oportunidade para seguir uma carreira profissional, a segunda será o aprimoramento dos conhecimentos na universidade. Nesta sexta-feira 22, os pais estiveram reunidos pela segunda vez onde acertaram os últimos detalhes para o fretamento de mais um veículo para o transporte dos alunos, segundo informações de um dos pais, no ano passado os mesmos tiveram uma ajuda do prefeito James Bel e que em 2016 gostariam novamente de contar com sua ajuda, mas que fosse tudo organizado e que o dinheiro saísse dos cofres do município e com o aval da Câmara de vereadores. Segundo os pais a questão do transporte é muito delicada, muitos pagam o transporte sem pedir ajuda, pois os governantes colocam sempre a dificuldade alegando que a responsabilidade é do governo do Estado por se tratar de alunos da Rede Estadual de Ensino e para os prefeitos teriam problemas na prestação de contas.
“No município de Camocim a realidade não é tão diferente, os pais também pagam o transporte dos filhos para estudar nas escolas citadas, porém em Camocim existe escolas profissionalizantes ao contrario de Martinópole,” disse um dos pais.

A produção do blog ACONTECE entrou em contato com Secretaria Estadual de Educação através de sua ouvidoria, segundo informações repassadas a nossa produção a SEDUC/COPEM assinou em 2015 Termos de Responsabilidade com os municípios de Granja e Martinópole para transporte dos alunos do Ensino Médio que residem e estudam em escolas da Rede Estadual nestes municípios, conforme informações: GRANJA: Termo Número 59/2015 - assinado em 10/02/2015 - valor global de R$ 1.060.931,28; em parcelas de, R$ 219.202,00, além dos repasses diretos ao município pelo FNDE- Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (por autorização da SEDUC) das parcelas relativas aos recursos referentes ao PNATE(Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar/Ensino Médio; MARTINÓPOLE: Termo Número 100/2015 - assinado em 10/02/2015 - valor global de R$ 104.029,90; em parcelas de R$ 20.938,00, além dos repasses diretos ao município pelo FNDE (por autorização da SEDUC).

Com a palavra os citados.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

53 MIL ALUNOS TIVERAM NOTA ZERO NA REDAÇÃO DO ENEM; SOMENTE 104, NOTA MIL



O ministro da Educação, Aloizio Mercandante, anunciou na tarde desta segunda-feira (11), os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2015. Os dados do Ministério da Educação (MEC) mostram que somente 104 candidatos conseguiram obter nota mil na redação do exame. Ainda de acordo com o MEC, 53 mil tiraram nota zero na redação. Além desses dois extremos, o grupo mais numeroso é o de candidatos com notas entre 500 e 600 pontos, onde mais de 1,9 milhão de participantes se enquadram nesta faixa de pontos.

No ano passado, o tema da redação foi a persistência da violência contra as mulheres. Segundo o G1, o ministro afirmou que, em 55 redações, os avaliadores perceberam que as alunas descreveram cenas de assédio que elas viveram ou testemunharam e que, aparentemente, pareciam tratar de depoimentos pessoais. Diante dos dados, de acordo com Aloizio Mercadante, o MEC já consultou o Ministério Público e a Secretaria da Mulher para avaliar como apoiar essas candidatas. Além disso, 13 estudantes conseguiram acertar todas as 45 questões da avaliação de matemática.

Acesse aqui e conheça as 10 questões  mais difíceis e polêmicas.

Com informações G1

 

domingo, 10 de janeiro de 2016

O PROFESSOR DEVE ASSUMIR POSIÇÃO POLÍTICA EM SALA DE AULA?!



“A tarefa do professor é servir aos alunos com o seu conhecimento e experiência e não impor-lhes suas opiniões políticas pessoais”
Max Weber.[1]

No dia seguinte ao debate entre os pretendentes a governar o Brasil pelos próximos anos fui questionado em sala de aula sobre a minha posição política em relação aos presidenciáveis. Respondi evasivamente, não queria debater política partidária em sala de aula. Penso que isto diz respeito a cada indivíduo, aluno ou professor. É um direito individual e deve ser respeitado.

Não obstante, não compactuo com a tese da neutralidade axiológica. Não existe professor politicamente neutro; o mesmo se aplica aos estudantes. Somos seres sociais, compartilhamos visões sociais de mundo que orientam posições e práticas sociais, apesar das nossas idiossincrasias. Ilude-se – ou intenta iludir os outros – quem, em nome da técnica ou de uma ciência inspirada no cânone positivista e/ou weberiano, imagina-se neutro. A neutralidade é uma forma de legitimação do status quo e mascara interesses declarados ou inconfessos. Como afirma Maurício Tragtenberg, “a ideologia do acadêmico é não ter nenhuma ideologia, ele faz fé de apolítico, servindo assim à política do poder”.[2]

Por outro lado, é preciso diferenciar “política partidária” e “Política”. A primeira é restrita e se refere à política institucional, cujo locus preferencial é o Estado; a segunda, é abrangente e diz respeito à vida em sociedade para além das instituições vinculadas ao Estado. O indivíduo pode declarar-se apartidário e apolítico. Mas, isto não lhe retira a qualidade de ser social-político. Portanto, tanto o professor quanto o estudante podem declarar-se contrários à política – isto significa não adesão aos partidos, à política partidária e institucional. No entanto, enquanto indivíduos que vivem em sociedade, na polis, e que tem visões de mundo, não são apolíticos. Ainda que o professor não declare sua ideologia, isto não significa que ele não tenha visão de mundo. Em suma, se compreendemos a Política para além do conceito restrito à institucionalidade, à política partidária, nenhum professor é politicamente neutro.

É melhor assumir a não neutralidade. Como escreve Paulo Freire: “Em nome do respeito que devo aos alunos não tenho por que me omitir, por que ocultar a minha opção política, assumindo uma neutralidade que não existe. Esta, a omissão do professor em nome do respeito ao aluno, talvez seja a melhor maneira de desrespeitá-lo”.[3] Também desrespeita o aluno quem disfarça posições políticas sob o manto de um discurso pretensamente científico, ou seja, faz parecer ciência o que de fato nada mais é que ideologia não-declarada.

Também é desrespeitoso abusar da autoridade conferida institucionalmente para impor ideias políticas, sejam elas conservadoras, liberais, marxistas ou mesmo anarquistas. O papel do professor não é doutrinar alunos, nem muito menos agir como o pastor que alicia almas para o seu rebanho. “O meu papel, ao contrário, é o de quem testemunha o direito de comparar, de escolher, de romper, de decidir e estimular a assunção deste direito por parte dos educandos”, nota Paulo Freire.[4] Não cabe ao docente fazer proselitismo político em sala de aula, menos ainda doutrinar, “fazer cabeça”.

A resposta ao questionamento sobre a minha posição política na atual conjuntura eleitoral orientou-se pelas concepções pedagógicas que adoto – com clara inspiração libertária e freireana. Mas talvez tenha pecado por excesso de zelo. A aluna questionou, então, por que, segundo ela, não me posiciono politicamente em sala de aula. Resumidamente, tentei me explicar e disse que gostei do desempenho da candidata do PSOL. Mas não declarei que votaria nela. Na verdade, naquele momento mantinha a tendência a votar nulo. Contudo, se a aluna me perguntasse hoje, eu responderia sem vacilar: “Gostei do desempenho da candidata Luciana Genro e, embora alguém próximo e familiar tivesse pedido voto para outro candidato, votei nela”. Responderia apenas por respeito. Sala de aula não é palco para campanha política partidária, nem púlpito para catequização ideológica. Se é, não deveria!

[1] Citado em QUINTANEIRO, Tania; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro de. Um toque de clássico: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2002, p.97 [versão eletrônica]

[2] “A DELINQUÊNCIA ACADÊMICA. Entrevista com Maurício Tragtenberg”. In: Folha de S. Paulo, FOLHETIM, 06.08.1978. Disponível em http://almanaque.folha.uol.com.br/leituras_30mar01.shtml Acesso em 14.09.2014.

[3] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997, p. 79.

[4] Idem.

Professor Luciano Silva
Fonte: Antoni Ozai