terça-feira, 29 de julho de 2014

SITES DE TRANSPARÊNCIA ORÇAMENTÁRIA NÃO CUMPREM EXIGÊNCIAS, REVELA PESQUISA

Apesar de ser um dos países mais avançados na legislação de transparência e na divulgação de dados de orçamentos públicos, o Brasil peca na qualidade das informações fornecidas. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e pelo Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (Gpopai-USP), a dificuldade de apresentar os números de forma didática e de cumprir as exigências da lei comprometem a transparência do orçamento, tanto na esfera federal quanto em nível local.
O levantamento pesquisou os sites de divulgação orçamentária das 27 capitais e duas páginas do governo federal: o Siga Brasil, elaborado pelo Senado, e o Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com o estudo, nenhuma página cumpriu os oito critérios de transparência estabelecidos internacionalmente.
O único quesito respeitado por todos os sites foi a não discriminação dos dados, que permite o livre acesso às estatísticas. No entanto, embora qualquer cidadão possa entrar nas páginas, a pesquisadora Carmela Zigoni, do Inesc, diz que a informação é difícil de ser compreendida. “Até especialistas que entram nesses portais com frequência reclamam que os dados são difíceis de decodificar. Imagine o cidadão comum.”
As páginas mais bem avaliadas foram as das prefeituras do Rio de Janeiro, de João Pessoa e de São Luís, com nota 6 numa escala de 0 a 10. Em segundo lugar, ficaram o Portal da Transparência, o Siga Brasil e o site da prefeitura de Teresina, com nota 5. A página da prefeitura de Manaus ficou em último lugar, com nota 1.
Os critérios internacionais de transparência analisados foram: dados completos (receitas e despesas), primários (publicação dos 15 campos de informação sobre receitas e despesas exigidos por um decreto federal de 2010), atuais (com a última informação do dia útil anterior à consulta), acessível (com recursos para deficientes visuais) e processáveis (com tabelas em formatos que permitem retrabalhar os dados).
A pesquisa também avaliou se as informações cumprem critérios não discriminatórios (acessível a qualquer usuário), não proprietários (apresenta formatos de arquivos não vinculados a empresas privadas) e têm licença livre (verificação de licença de uso dos dados e se elas previam alguma restrição). O cumprimento de cada exigência garantiu um ponto, exceto no caso dos dados processáveis, com até três pontos possíveis.
De acordo com o levantamento, nenhuma página esclarece se os dados têm livre licença de uso nem cumpre os requisitos de dados primários. Na maior parte dos casos, faltam informações sobre a etapa de lançamento das receitas, que antecede a arrecadação. No caso das despesas, nenhum site publica todos os campos exigidos pela legislação.
Quem mais se aproxima é o Portal da Transparência, que deixa de publicar apenas os dados de liquidação dos gastos, quando o agente público verifica se o serviço foi executado e os bens foram comprados antes de desembolsar o dinheiro. O site Siga Brasil, vinculado ao Senado, nem sempre divulga a natureza das despesas (custeio, investimento ou pessoal) e não informa o tipo de licitação, o número do processo e o beneficiário dos gastos públicos.
Apesar das limitações dos sites, a pesquisadora do Inesc diz que o Brasil coleciona avanços, como uma legislação moderna sobre o tema. “A Lei de Acesso à Informação e o decreto de 2010 contemplam os oito critérios internacionais de transparência pública”, ressalta. Ela também cita o fato de as páginas de duas capitais de estados do Nordeste estarem entre as mais bem avaliadas: “A gestão de qualidade, na verdade, está vinculada à vontade política, não à região do país”.
(Agência Brasil)


domingo, 20 de julho de 2014

ESCOLAS PODEM ENVIAR DADOS DA PROVINHA BRASIL ATÉ 30 DE SETEMBRO

Diretores e professores de escolas públicas podem enviar online dos dados da primeira aplicação da Provinha Brasil deste ano. O prazo para envio das informações termina em 30 de setembro. O lançamento dos dados deve ser feito na página da Provinha Brasil.

Esta é a primeira vez que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) terá acesso aos dados. Atualmente, cada escola aplica o teste e o corrige. Segundo o Inep, em setembro os interlocutores estaduais e municipais terão acesso aos relatórios consolidados das respectivas redes de ensino.

Trata-se de um sistema novo, e a participação não é obrigatória. O Inep esclarece, no entanto, que o acesso aos dados consolidados vai ajudar na gestão e pelanejamento tanto das escolas quanto dos estados e municípios. O sistema vai funcionar como ferramenta para visualização do desempenho dos alunos e também para a produção de relatórios de desempenho por estudante, turma e escola.

A Provinha Brasil avalia as habilidades relativas à alfabetização e ao letramento em língua portuguesa e em matemática, desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas do país. A prova é aplicada no início e no fim do ano letivo para permitir o diagnóstico e a aferição da evolução da aprendizagem.

Os gestores também terão acesso este ano aos resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), aplicada pela primeira vez no ano passado aos alunos do 3º ano do ensino fundamental - ano final do ciclo de alfabetização. A avaliação deve servir também de marco zero para avaliar o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), que visa a alfabetizar todas as crianças até 8 anos de idade, e começou a ser aplicado em sala de aula no ano passado.

Para ajudar no aproveitamento dos dados pelas escolas e gestores, o desempenho será dividido em níveis, e o Inep vai detalhar o que é necessário para chegar a cada um dos níveis. As escolas saberão a porcentagem dos estudantes de cada faixa. Além disso, terão acesso a dados de escolas na mesma região, mesma modalidade (rural/urbana) e nível socioeconômico dos alunos para comparação. A divulgação, que seria feita em junho, ainda não tem data prevista.
  
(Agencia Brasil)



BRASIL CONQUISTA MEDALHA DE OURO NA OLIMPÍADA DE MATEMÁTICA DA CPLP

Foto: EBC na Rede
O Brasil conquistou uma medalha de ouro e três de prata na 4ª Olimpíada de Matemática da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que terminou hoje (18) em Luanda, capital angolana. O ouro ficou com o estudante André Yuji Hisatsuga, de São Paulo, e a prata, com João Guilherme Madeira Araújo, de Fortaleza, Daniel Quintão de Moraes, do Rio de Janeiro e Guilherme Goulart Kowalczuk, de Porto Alegre. A equipe nacional foi acompanhada pelos professores Edmilson Luis Rodrigues Motta e Guilherme Philippe Figueiredo, ambos de São Paulo.

Segundo a coordenadora do evento, a angolana Glória da Gama, Portugal também obteve medalha de ouro na competição, que tem fins educativos. Ela informou que os demais países participantes – Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – ficaram com medalhas de prata e bronze. Não participaram da olimpíada estudantes da Guiné-Bissau e do Timor Leste, países que também são membros da CPLP.

Participaram da competição delegações de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, cada uma com quatro estudantes de até 18 anos. Criado em 2011, o concurso tem o objetivo de fortalecer e estimular o estudo da matemática, contribuir para o desenvolvimento científico da comunidade, detectar jovens talentos e incentivar a troca de experiências entre os participantes.

Na olimpíada deste ano, cujo lema foi “Com o conhecimento da matemática compreendemos melhor o mundo globalizado”, os concorrentes resolveram, em provas individuais, três problemas propostos pela banca e selecionados pelo júri internacional, formado por representantes dos países participantes. Os problemas abrangeram disciplinas como álgebra, teoria dos números, geometria e combinatória.

A participação do Brasil no evento da CPLP é organizada pela Olimpíada Brasileira de Matemática, uma iniciativa conjunta do Instituto Nacional de Matemática Pura Aplicada e da Sociedade Brasileira de Matemática, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, do Ministério da Educação, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática.

No ano que vem, o concurso será em Cabo Verde. Na última edição, realizada em 2013 em Maputo, capital moçambicana, o Brasil conquistou quatro medalhas – duas de ouro, uma prata e uma de bronze, ficando, pelo terceiro ano consecutivo com o primeiro lugar geral na competição.

*Com informações do site da Olimpíada Brasileira de Matemática e da Agência Lusa via Agencia Brasil.



domingo, 13 de julho de 2014

ESCOLAS TÊM ATÉ 4 DE AGOSTO PARA ADERIR AO PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO

Escolas públicas de todo o país têm até o dia 4 de agosto para aderir ao Programa Mais Educação, que oferece recursos para a oferta de educação integral. O prazo, que terminaria no dia 30 de junho, foi estendido pelo Ministério da Educação. Atualmente, 49 mil escolas participam do programa, e a meta é chegar a 60 mil.



A oferta de educação integral está também no Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece metas para o setor nos próximos dez anos. Segundo o plano, a educação integral, que atualmente chega a aproximadamente 30% das escolas públicas, deve atingir 50% das escolas, pelo menos. Além do programa federal, alguns estados e municípios oferecem os próprios programas.



Pelo Mais Educação, as escolas são selecionadas com base em critérios como baixo índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb); escolas que têm entre seus estudantes, em sua maioria, filhos de famílias do Bolsa Família e escolas em regiões de vulnerabilidade social. A liberação de recursos financeiros é feita por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola, e a adesão é pela internet.



As escolas escolhem até cinco atividades nos macrocampos do programa, entre eles: acompanhamento pedagógico (obrigatório), educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos em educação, cultura e artes, cultura digital, promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica.



A jornada da educação integral deve ser, no mínimo, de sete horas diárias ou 35 horas semanais. Durante o período em que estão na escola, os estudantes recebem três refeições.

(Agência Brasil)