
A conclusão do estudo não
poderia ser outra: o cargo não é atrativo. A causa está no elevado ônus, com
uma recompensa considerada inadequada. Os diretores reclamam que a gratificação
financeira é pequena diante da dedicação que o trabalho exige e do nível de
estresse que provoca. Quem está na função é cobrado pela solução de diversos
problemas - e nem sempre tem formação e autonomia para superá-los. Nas redes
que promovem a eleição para diretor, a chance de enfrentar um processo
eleitoral desgastante é outro fator que afugenta os candidatos.
Por outro lado, a pesquisa
detectou que em três das 16 unidades federativas que promovem eleições para
diretor há uma média boa de quatro candidatos por vaga. São elas: Acre, Mato
Grosso do Sul e Pará. Os motivos nem sempre são ligados à estrutura para
exercer a função (leia depoimentos na próxima página). Um é o prestígio do
cargo: "O trabalho bem feito é reconhecido pela comunidade", analisa
Maria Luiza Farias Carvalho, coordenadora da Secretaria de Estado de Educação
do Pará.
Especialistas defendem que as
Secretarias podem tornar o cargo mais atraente (leia o quadro na próxima
página). "Dar autonomia e associá-la a metas claras e aos resultados é
essencial", diz a doutora em Educação Gisela Wajskop, diretora do Instituto
Singularidades, em São Paulo. Foi no que investiu o Acre. O ex-diretor de
gestão da Secretaria de Estado de Educação Jean Mauro de Abreu Morais conta que
a lei estadual 1.513, de 2003, contribuiu para o aumento da procura. "O
gestor escolhe os coordenadores de ensino e o administrativo de sua
equipe."
Com Revista Nova Escola/gestão escolar