sábado, 24 de maio de 2014

APEOC CONVOCA APROVADOS EM CONCURSO DE CAMOCIM PARA REUNIÃO DIA 29

O Sindicato APEOC, que não desiste de lutar pela educação pública e seus profissionais, está convocando todos os candidatos APROVADOS no último concurso municipal para uma importante reunião no próximo dia 29 (quinta):

Local: Auditório do Instituto São José
Horário: 18 horas
Público: Candidatos aprovados nos cargos ligados à educação

Está confirmada a presença do Dr. Paulo Trece, Promotor de Justiça de Camocim, e estarão também presentes, o Dr. Edmar Albuquerque, Defensor Público de Camocim, e o Dr. Italo Bezerra, advogado do Sindicato APEOC.

Na reunião informaremos aos candidatos sobre os rumos jurídicos da Ação Civil Pública movida pela Defensoria/APEOC e deliberando sobre os próximos passos a serem dados ruma à nomeação.

NÃO FALTE!

E lembre-se: “Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”


Fonte: Sindicato Apeoc Camocim.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

CURRÍCULO: SEM ELE, A EDUCAÇÃO NÃO AVANÇA

O que é um programa de ensino? Um programa de ensino pode ser comparado a um edital de concurso público: o candidato lê o edital, sabe o que precisa estudar e sabe o que vai cair na prova. Esses editais costumam ser tão bem-feitos que permitem que as pessoas estudem sozinhas, façam um cursinho, produzam livros para os candidatos estudarem, montem um cursinho para ensinar outros. E ainda serve para contratar a instituição que vai elaborar as provas. Um currículo escolar deve ter tudo isso e servir a essas mesmas funções.

Por que um programa de ensino é necessário? Um programa de ensino orienta a secretaria sobre o que os professores precisam saber, o que as escolas precisam ensinar e o que será avaliado. O programa orienta as escolas nas suas decisões sobre materiais de ensino e estratégias pedagógicas. E informa os pais sobre o que os seus filhos devem aprender em cada série escolar.

Como deve ser elaborado? Um currículo é algo complexo, requer conhecimentos especializados sobre as disciplinas, sobre o que crianças de diferentes idades são capazes de aprender e dá opções sobre o que é mais ou menos relevante. Requer tempero – o quanto disso e o quanto daquilo em cada série. Um currículo deve estabelecer aquilo que é básico, o mínimo necessário e suficiente para a criança evoluir. Por isso precisa ser elaborado por pessoas altamente competentes, com conhecimento de suas disciplinas e do ensino da mesma – o que lhes permite dosar a carga e o nível do que seja adequado. Mas não basta contratar especialistas, é preciso seguir os protocolos. Existem três critérios técnicos para avaliar a qualidade de currículos: foco, rigor e consistência.

Também é necessário prestar atenção diferente aos diferentes níveis de ensino. A elaboração do currículo da educação infantil requer elaboradores que tenham um conhecimento profundo do desenvolvimento humano, especialmente do desenvolvimento infantil. Para o ensino fundamental a elaboração do currículo requer pessoas competentes nas diferentes disciplinas e deve levar em conta parâmetros externos – como os currículos de ensino médio, a Prova Brasil e o Pisa –, que são indicadores daquilo que os concluintes do ensino fundamental precisam saber. Em todos os casos é essencial levar em conta o estado da arte, ou seja, o que é feito em outros países onde a educação é mais avançada do que a nossa.

Currículo, portanto, não é algo que possa ou deva ser feito por equipes internas de secretarias de educação, pois elas não possuem pessoal qualificado para esse fim. O mesmo acontece com as universidades, pois, no caso brasileiro, essas, em sua grande maioria, não têm se mostrado efetivamente engajadas com a melhoria do ensino, desconhecem o que ocorre nas escolas e encontram-se presas a discussões de caráter ideológico. Prova disso é que o Brasil não possui um currículo – estamos presos a discussões estéreis. Mas é possível encontrar profissionais competentes para esse trabalho, inclusive professores que lecionam em universidades públicas e privadas.

Currículo também não é feito para ensinar o que existe no local: o mandacaru, a bombacha, o bumba-meu-boi, os animais da caatinga de minha microrregião, as aves típicas da região. Tudo isso a criança já conhece ou pode conhecer sem frequentar a escola. A função da escola é respeitar e valorizar o local, e usar esse conhecimento para promover o diálogo do aluno entre o local e o universal – os conhecimentos que são compartilhados pela humanidade.

Finalmente, currículo nada tem a ver com proposta pedagógica ou método de ensino. Isso vem depois, é uma questão a ser resolvida nas escolas – se os professores estiverem qualificados para isso – ou pela secretaria – até que ela consiga qualificar os professores para tomarem decisões desta natureza.

Existem alguns aspectos políticos em qualquer decisão curricular – e isso vale tanto para decidir quais ou quantas matérias e conteúdos incluir. Profundidade e extensão devem ser balanceados, e essas decisões não são totalmente técnicas.

Dois temas específicos merecem atenção especial no desenvolvimento de currículos. Um deles é a educação física. Está comprovado que a atividade física regular é essencial para promover o bom desenvolvimento do cérebro e assegurar condições de aprendizagem. Isso vale desde os primeiros anos da infância. Isso não significa necessariamente incluir uma hora de educação física por dia – o que seria desejável. Mas certamente implica incluir atividades físicas entre as aulas, durante as aulas (quando os alunos estiverem cansados) e em momentos específicos, seja na forma de educação física seja na prática esportiva. Currículos devem estar atentos a isso.

Outro tema é o das habilidades não cognitivas. Já existem conhecimentos suficientes para demonstrar a importância de desenvolver essas habilidades – que têm a ver com o autocontrole e bons hábitos de relacionamento. Mas isso se faz na forma de implementar o currículo e no dia a dia das relações das pessoas na escola, e não como currículos específicos ou disciplinas adicionais.

Em todos os lugares do mundo onde a educação é bem organizada existe um programa nacional (nos países unitários) ou regional de ensino (nos países federativos). O Brasil não tem isso e distrai-se em inventar neologismos (parâmetros curriculares, direitos de aprendizagem etc.) para não enfrentar o tema. Dada a omissão do governo federal, resta aos municípios, como entes federados, tomar a iniciativa e estabelecer os seus programas de ensino. Sem isso a educação não avança.

João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto
(VEJA)



O QUE FAZ UM BOM PROFESSOR?

O que significa saber muito bem o que se ensina? No Brasil, cultuamos o diploma – quanto mais títulos, melhor a pessoa é avaliada e melhor será sua remuneração. As evidências mostram que essa é uma política equivocada: títulos nada têm a ver com a qualidade, desempenho ou impacto do professor. Nem mesmo o nível de conhecimento mais elevado tem impactos positivos sobre o aluno. Na verdade, é mais comum o contrário. Se o professor é mais motivado para a pesquisa científica e conhece os assuntos num nível de elaboração muito elevado, ele tende a usar uma linguagem que não se presta ao ensino de crianças e jovens.

Saber o que ensinar significa dominar a fundo os conteúdos e o que está por trás deles. É muito mais importante um professor de séries iniciais saber o que está por trás do conceito de propriedade aditiva da multiplicação ou onde reside a dificuldade dos alunos para entender o princípio de multiplicar frações, por exemplo, do que esse professor saber calcular derivadas ou rodar matrizes mentalmente. É muito mais importante que ele saiba como ajudar as crianças a usar e interpretar o sentido de pronomes numa frase (“A mãe dela disse que ela era pobre”: quem era pobre, ela ou a mãe dela?) do que conhecer a fundo a gramática histórica ou as teorias linguísticas mais avançadas. Deu para entender?

No caso da educação infantil esses conhecimentos são bem mapeados: o professor precisa conhecer tão a fundo quanto possível a psicologia do desenvolvimento, saber utilizar estratégias adequadas para promover o desenvolvimento e saber interagir de forma adequada com as crianças. Além disso precisa ter um bom domínio da língua, um vasto conhecimento da literatura infantil e saber onde localizar recursos. O professor precisa dominar alguns poucos conceitos, mas de forma precisa. Precisa saber os fundamentos, mas não reverenciar teorias ou cultuar os seus proponentes. E, sobretudo, precisa de muita prática.

No caso das séries iniciais do ensino fundamental o professor precisa conhecer a fundo os conteúdos que ensina, as dificuldades mais comuns dos alunos e as razões pelas quais eles têm essas dificuldades. Esses conhecimentos são bem mapeados em algumas áreas, como a da alfabetização de crianças ou do ensino de matemática para as séries iniciais.

No caso das séries finais, um indicador prático é que o professor tenha um conhecimento amplo e preciso das disciplinas que leciona, e um conhecimento um pouco mais avançado dos conteúdos do ensino médio para saber o que o aluno fará com esses conhecimentos. Nessas séries o professor precisa saber contar boas histórias, apresentar sua disciplina em forma de narrativas que envolvam e capturem a atenção de seus alunos.

O governo federal e as faculdades que formam professores no Brasil ainda não se dispuseram a preparar esse tipo de professor para as redes de ensino. Em vez de propor currículos rigorosos para os cursos, o Ministério da Educação patrocina exames que valorizam mais conhecimentos genéricos e adesão a determinadas ideologias. As faculdades, por sua vez, raramente possuem docentes que conhecem a linha de frente, e limitam-se, nos melhores casos, a compartilhar conhecimentos teóricos nem sempre atualizados.

O que podem os municípios fazer? Aqui há solução, e a solução é simples: elaborar testes de seleção em que os professores demonstrem os conhecimentos sobre o que vão ensinar. Também devem informar às faculdades que formam esses candidatos sobre o que vai cair no exame e sobre os resultados obtidos. Em pouco tempo as universidades se adaptarão às necessidades dos prefeitos. E em alguns anos começarão a chegar jovens preparados para o exercício do magistério.

João Batista Araújo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto
(VEJA)




AVALIAR É FUNDAMENTAL PARA AVANÇAR NA EDUCAÇÃO

Imagine um município em que apenas 50% dos lares são servidos por rede de esgoto, onde só 30% das lâmpadas em postes funcionam à noite e em que os custos do transporte urbano são o triplo da média nacional. Avaliação fornece dados. E dados servem para embasar decisões. Isso vale para tudo na Prefeitura – inclusive para a educação.

Tratamos aqui da avaliação que deve ser feita pelas redes de ensino – não das avaliações internacionais como o Pisa, das avaliações nacionais, como a Prova Brasil, Como sabemos, essa provas têm sido aplicadas há vários anos, mas não foram suficientes para provocar melhorias no ensino. Portanto, é preciso entender o que cabe ao município fazer. Também não tratamos aqui das provas escolares que os professores aplicam a seus alunos.

O que uma rede de ensino deve avaliar? Para que deve avaliar? O que deve fazer com os dados?

O ponto de partida é o programa de ensino: ele serve de base para a avaliação. Diz o que deve ser ensinado a cada ano e em cada disciplina e, na situação atual em que se encontra o ensino no Brasil, deve dizer também o que deve ser ensinado em cada período – normalmente a cada bimestre. Sem programa de ensino, não há o que avaliar.

Dado o programa de ensino, cabe ao município avaliar, nas disciplinas centrais, se os objetivos foram atingidos. Isso pode ser feito para todas as escolas ou numa amostragem delas. Para isso é preciso usar testes elaborados de acordo com critérios técnicos. Isso pode ser feito pela equipe da Secretaria – se houver o pessoal devidamente qualificado – ou contratado externamente. Um teste bem-feito permite à Secretaria avaliar o desempenho absoluto e relativo das escolas, comparar umas com as outras e colocá-las frente a frente para compartilhar suas experiências.

Mas o importante é o passo seguinte: o que fazer com os resultados dos testes. É aí que surge a utilidade dos mesmos. Por exemplo: duas escolas são semelhantes em tudo e tiveram resultados muito diferentes; em uma, todas as turmas têm bom desempenho, menos uma. O que fazer com os resultados?

No âmbito da Secretaria, cabe analisar, junto aos diretores, os resultados de cada escola, comparar com as demais escolas e entender o que leva às diferenças no desempenho. Não se trata de buscar álibis ou desculpas (ou alunos são pobres, os pais bebem, as mães não colaboram…). Isso já é sabido. O papel da escola é ajudar as crianças a superar essas dificuldades, e não usá-las como desculpa para não avançar.

Mais do que comparar médias ou destacar as médias mais altas, cabe identificar a quantidade de alunos que atinge os níveis mínimos – e o mínimo deve se situar em torno de 70% da nota, num teste bem elaborado. Ou seja: a meta de cada escola é assegurar que todo aluno atinja esse mínimo e, com base na avaliação, empreender os esforços para que isso aconteça. Ao se preparar para ajudar o aluno com maior dificuldade a escola assegurará o sucesso dos demais alunos – mesmo porque os melhores deverão ajudar os que têm mais dificuldade, e, dessa forma, vão melhorar ainda mais. O papel da Secretaria é ajudar o diretor a identificar os problemas. O papel do diretor consiste em analisar os problemas havidos em sua escola para ensinar o programa, as estratégias de outras escolas, identificar e implementar soluções.

Cabe registrar um alerta: quando um teste tem consequências fortes (incentivo para diretores ou professores, para alunos etc.), o nível de alerta sobe, surgem razões para fraude, pressão indevida sobre os alunos etc. É possível haver uma combinação de testes realizados apenas para fins diagnóstico – o que é o mais importante – e testes realizados também para fins de políticas de incentivo.

João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto
(VEJA)


sábado, 10 de maio de 2014

INSCRIÇÕES PARA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA SÃO PRORROGADAS



As inscrições para a 36ª Olimpíada Brasileira de Matemática foram prorrogadas e o prazo, que terminaria ontem (9), foi estendido até o próximo dia 20. As escolas interessadas devem fazer o cadastro pela internet. As inscrições são gratuitas.

Podem participar estudantes do ensino fundamental (a partir do 6º ano), do ensino médio e universitários de todas as instituições de ensino do país.

As datas da competição foram mantidas. As provas da primeira fase devem ocorrer nas instituições cadastradas no dia 3 de junho, em horário livre. A segunda fase, também realizada nas instituições, ocorrerá no dia 6 de setembro e a terceira e última fase, nos dias 25 e 26 de outubro, em locais a serem definidos.

A divulgação dos resultados está prevista para dezembro.

Criada em 1979, a olimpíada é uma iniciativa conjunta do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada e da Sociedade Brasileira de Matemática e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social e do Ministério de Educação.

A competição, além de promover a melhoria do ensino de matemática e contribuir para a descoberta de talentos, seleciona estudantes para formar as equipes que vão representar o Brasil em olimpíadas internacionais do gênero.

(Agencia Brasil)

terça-feira, 6 de maio de 2014

O QUE ESPERAR DA EDUCAÇÃO AMANHÃ?

Eis uma grande incógnita: a situação das escolas públicas atualmente. A disciplina não existe mais , professores desmotivados devido aos baixos salários e por não terem mais o respeito por parte dos alunos. O educador não tem força nenhuma para repreender os atos de indisciplina, nem mesmo respaldo para isso; por incrível que pareça, o bom professor hoje é aquele que segura o aluno em sala de aula, ou seja, aquele que não dá trabalho para os diretores e coordenadores pedagógicos.
Assim, não teremos professores suficientes num curto prazo (ou já não temos?). Será que essa pedagogia moderna realmente funciona? Pelo que vemos por aí, cada vez menos nossos alunos sabem escrever, fazer contas simples, resolver problemas. Desculpe, mas para mim isso tem um nome “Pedagogia da ralé”. O que quero dizer com isso: nossos governantes querem justamente um povo que não questiona, que não sabe reivindicar seus direitos, ou seja, um povo facilmente dominável , enquanto que a burguesia continua tendo um ensino de alta qualidade em colégios tradicionais. Esses continuarão no poder, filhos de deputados, governadores , senadores e outros.
O discurso de progressão continuada que me desculpe, é uma falácia, pois isso é a chamada “aprovação automática”, uma vergonha, um sistema onde professores fingem que ensinam e alunos fingem que aprendem. Lamentável dizer que esse sistema de ensino funciona, é só compararmos com antigamente: alunos de quarta série do ensino fundamental escreviam e faziam contas muito melhor do que alunos do 3º ano do ensino médio nos dias de hoje. Será que o ensino tradicional era tão ruim? Será que a reprovação prejudica tanto o desenvolvimento do aluno? Será que a rigidez do professor deve ser vista como repressão? Só sei que é visível a queda da qualidade do ensino público, o que é lamentável, pois teremos uma maioria despreparada e cada vez mais dominada pela elite , teremos cada vez mais professores abandonando a carreira por não terem mais condições psicológicas para lidar com a indisciplina dos alunos, e é isso que nossos governantes querem , a política do “Pão e Circo”.
Com mais aprovações os números na educação melhoram aos olhos do “exterior”, uma mentira maquiada pelos números. Mais uma vez o povo está sendo enganado, sem perspectivas de um futuro melhor.
Por Marcelo Beneti
Professor de Administração, Matemática e Geografia
Fonte:
InfoEscola: Navegando e Aprendendo
InfoEscola » Ciências » Pedagogia »