Um
servidor público é o cidadão que trabalha para o governo, seja municipal,
estadual ou federal. Sua contratação pode acontecer sobre um de dois regimes:
CLT ou Estatutário.
Contratações
pelo regime CLT é a forma de contrato tradicional que todos nós estamos
acostumados, as regras do jogo são conhecidas pela grande maioria. Contrato de
experiência de trabalho de 3 meses, fundo de garantia, aposentadoria pelas
regras do INSS e demissões podem ocorrer, sejam por justa causa, seja por
interesse do órgão; aí pagando todas as indenizações previstas na legislação.
Funcionários públicos do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal,
Petrobras e quase todas as prefeituras são contratados sob o regime CLT.
O
regime estatutário dá maior estabilidade ao trabalhador, após o chamado estágio
probatório – período de 3 anos onde o servidor passa por 4 avaliações de
competência e caso seja considerado não apto pode ser dispensando. Após esse
período o trabalhador não pode ser mais demitido, a não ser por condenação
judicial e outros casos graves bem pontuais como roubo ou agressão física a um
colega de trabalho por exemplo.
O
regime estatutário, em geral adotado pela esfera federal, ainda traz como
vantagem aposentadoria integral e como desvantagem a contribuição de 11% do
salário bruto para a previdência sem limite máximo como acontece no INSS.
Ociosidade
no serviço público
Já
foi o tempo que isso acontecia. Hoje na grande maioria dos setores há falta de
pessoal e profissionais estão sobrecarregados e ainda trabalham em ambientes
insalubres, com falta de equipamento adequado e ainda com material de baixa
qualidade comprado em pregões eletrônicos onde o pregoeiro é obrigado a comprar
pelo menor preço e quase sempre péssima qualidade. É comum cartuchos de
impressoras que não funcionam e canetas esferográficas com validade de 30
minutos de funcionamento. Isto mesmo, 30 minutos.
Baixa
qualificação
Esse
é outro mito. Todos sabem que a concorrência em cargos públicos é feroz. Só os
melhores entram. A ideia de servidores mal qualificados e pouco eficientes é
antiga, a quase totalidade dos novos servidores tem qualificação muito acima da
média de qualquer empresa. O que falta, às vezes, é experiência prática, mas
qualificados eles são.
Altos
salários
Outro
mito. Os salários são razoáveis, mas não são a maravilha que muitos pensam. Alguns
cargos bem específicos recebem altos salários, os demais ficam na média. O que
realmente atrai no serviço público é a estabilidade.
O
que eu posso dizer…
Sou
servidor estatutário federal e celetista do governo do estado. Em ambos os
locais faltam recursos. No federal trabalho com canetas e demais materiais de
escritório pessoais, os públicos são uma vergonha, simplesmente não funcionam.
Também não é raro quando tenho que disponibilizar meu notebook para algum
serviço. Como vantagem eu apontaria a certeza do salário recebido e menor
pressão da chefia e alguma flexibilidade em relação aos horários de trabalho.
Já como professor do estado falta tudo: data show, impressora e folha para
impressão, e claro, boa remuneração. Sim, também tenho que usar recursos
próprios para dar uma boa aula. Como vantagem tem emenda em feriados, só.
Também
leciono numa escola particular. Lá eu tenho material adequado para trabalhar,
impressões e demais materiais solicitados, data show, DVD e TV LCD em minha
sala de aula. Lousa de quadro branco e número reduzido de alunos por sala.
Consigo dar uma melhor aula com a tecnologia a meu favor. A desvantagem
continua sendo o baixo salário e a pressão por resultados que é sempre maior.
Fica
aqui minha visão e meu relato pessoal sobre trabalhar para o governo e para uma
empresa privada. Também já trabalhei como autônomo e como prestador de serviço
para uma grande empresa de Internet, foram experiências interessantes também
que posso relatar qualquer dia em outro post.
Abraço!