Assim como em qualquer
organização existem bons e maus profissionais. O mau atendimento é uma
realidade na quase totalidade dos estabelecimentos, sejam eles públicos ou
privados. Se pensarmos em chefes despreparados, em cargos atribuídos por
“coleguismos” e privilégios dados a alguns poucos, isso ocorre no serviço
público como nas empresas privadas, nada é diferente.
A pressão por resultados, o
excesso de serviço e a falta de material e tecnologia adequada para o bom
desempenho da função é igual no serviço público como nas empresas privadas.
O que muda então?
Diferente das empresas privadas
que vão até onde a lei não as proíbe, as organizações públicas fazem apenas o
que a lei as autoriza; e aí está o grande problema, a lei é antiga, retrógrada,
mal redigida e burocrática. O servidor público não pode fazer nada. Ele não vai
arriscar seu emprego fazendo algo ilegal, mesmo que sendo o certo a se fazer, e
correr o risco de ser processado e mandado embora. Por isto, muitas vezes, o
serviço não anda.
Ainda existe o profissional mal
preparado e sem aptidão alguma para a função que exerce. Como os concursos
públicos cobram teoria e a teoria na prática é outra, acabam selecionando
candidatos com ótimo preparo intelectual, porém com inteligência social e
emocional péssimas. No dia-a-dia, todos sabem que a inteligência quase sempre é
menos importante que o bom senso, que a empatia e a boa vontade. Acontece muito
de um profissional com uma inteligência suprema e um mau humor proporcional a
sua inteligência ter que atender pessoas no balcão e é claro que isto não da
certo.
O governo começa a estudar uma
política de gestão por competência, o termo não é novo, mas colocá-lo em
prática que é o complicado.
Os concursos estão sendo mais
bem elaborados, tem-se buscado uma aproximação do que é cobrado na prova com a
função a ser exercida pelo futuro servidor. Os editais também são mais claros
ao relatar o que se espera do servidor.
Agora cabe também ao cidadão
ter uma maior consciência que o serviço público é um serviço igual a qualquer
outro, que deve ser prestado com dedicação. Muitos estudam para passarem em
concursos já pensando que vão trabalhar pouco e vagabundear bastante – com esta
mentalidade fica difícil algo dar certo.
Para concluir, já escrevi
muito, duas coisas, no meu modo de ver a situação, são fundamentais:
1) A população cobrar um bom atendimento,
fazer valer seus direitos. Porém também ser paciente, entender que muitas vezes
o culpado é o sistema e não o servidor que lhe atende. Devemos cobrar o governo
por mudanças nas leis, por um plano de melhora efetiva na prestação dos
serviços públicos.
2) O cidadão que ingressar na carreira
pública estar ciente que este é um serviço igual aos demais; não usar a
estabilidade como muleta. Sempre se fazer a seguinte pergunta: Com a
qualificação e experiência que tenho hoje estaria empregado no setor privado
com o mesmo salário que ganho aqui? E se a resposta for não ele deve ir se
qualificar, aprimorar conhecimentos e buscar ser digno do salário que recebe.
Jônatas Rodrigues da Silva