A demissão de um funcionário,
não importa por qual motivo, nunca é fácil. Sempre é difícil, tensa e triste.
Já tive que demitir funcionários algumas vezes e posso dizer que aprendi.
Existem basicamente quatro
motivos que levam uma organização a dispensar um funcionário: corte de despesas
e reestruturação organizacional, o que os administradores costumam chamar de
downsizing; por valores do funcionário desalinhados aos valores organizacionais
(aqui o erro aconteceu na contratação que não percebeu isso); por falta de
competência técnica ou interpessoal ou por falta de comprometimento. Às vezes
por mais de um deles somados.
Como escrevi acima, demitir
sempre é difícil. Mas listei os 4 motivos por ordem de dificuldade na ação de
demitir.
A primeira vez que demite
alguém foi numa sexta-feira, grande erro. Provavelmente acabei com o final de
semana do ex-funcionário e confesso que com o meu também. Fiquei mal.
Ao demitir escolha o período da
manhã, de preferência logo no início do expediente, e os primeiros dias da
semana. Não deixe para sexta-feira.
Seja rápido e direto, não
enrole. Comece logo a conversa dizendo o que tem que ser dito. Diga, dê alguns
segundos para o funcionário assimilar o que foi dito, explique os motivos da
demissão, pergunte se ele tem perguntas a fazer, responda as perguntas e ponto
final, acabou a conversa. O processo todo leva apenas 5, 10 minutos no máximo.
As reações são diversas: alguns
choram, alguns agradecem, alguns ficam mudos, alguns xingam ou lhe ameaçam, em
resumo, tudo pode acontecer.
Não discuta a situação, você
está ali para demitir e não para debater. Saia da sala e diga que o
ex-funcionário poderá ficar ali o tempo necessário para se recompor e que em
seguida deve pegar seus objetivos pessoais, se despedir de colegas, se assim
desejar, e passar no RH, seja no mesmo dia ou no dia seguinte se preferir.
Ao explicar os motivos da
demissão, caso seja por incompetência técnica ou falta de comprometimento,
deixe isso bem claro ao ex-funcionário. Tentar tornar este momento menos
doloroso em nada o ajudará. Este será um bom momento para ele refletir o que
precisa mudar em suas atitudes e no que precisa se aperfeiçoar para manter sua
empregabilidade em alta. Caso o motivo seja o downsizing ou valores
desalinhados com a organização, se prontifique a redigir uma carta de
recomendação.
O ideal é que o funcionário a
ser demitido não seja pego de total surpresa. Reuniões avaliando o seu fraco
desempenho ou falta de compromisso organizacional devem ocorrer meses antes da
demissão numa tentativa de se evitá-la.
Demitir alguém é o último dos
últimos recursos.
Jônatas Rodrigues da Silva