O deputado Elmano Freitas (PT) afirmou ter provas
do envolvimento de cinco vereadores do município de Canindé numa manobra para
afastar o prefeito Celso Crisóstomo (PT) do Executivo Municipal, em
pronunciamento na Assembleia Legislativa.
Em sessão realizada na última sexta-feira (05/06),
a Câmara de Vereadores decidiu, por 11 votos a quatro, afastar o prefeito por
90 dias. A acusação é de improbidade administrativa, por suposto desvio de
receitas da Contribuição de Iluminação Pública. A Justiça já havia decretado,
em 27 de maio, a perda da função pública e a indisponibilidade dos bens.
“Nós iremos provar que cinco vereadores receberam
R$ 150 mil, cada um, para votar a favor do afastamento do prefeito. E o que
mais me impressionou é que o Poder Judiciário colaborou para isso, aliás, o
juiz”, informou.
Elmano Freitas explicou que a Prefeitura de Canindé
sempre realizou o pagamento da energia pública da cidade e dos prédios públicos
na mesma conta.
O parlamentar ressaltou que o juiz da Comarca,
quando recebeu a ação civil pública, orientou o prefeito a separar as contas,
mas não o afastou do cargo. O Executivo Municipal acatou a sugestão. Porém,
quando o magistrado tirou férias, o juiz substituto decidiu julgar esse
processo, apesar de o erro já ter sido corrigido.
“Quero deixar claro que o prefeito não foi afastado
pela Justiça, e sim por uma manobra. Sabemos que estamos tratando com gente do
crime organizado, gente envolvida com roubo de cargas, que está inserida na
política. Aviso aqui que não iremos recuar. Pediremos ao Ministério Público
para afastar vereador corrupto, pois não podemos admitir esse tipo de
chantagem”, defendeu Elmano.
Em aparte, o deputado Moisés Braz (PT) apresentou
solidariedade ao prefeito de Canindé, Celso Crisóstomo, e disse que a inocência
dele seria provada. “Nossa luta é pela seriedade e ética da política”,
destacou.
Para a deputada Rachel Marques (PT), ainda cabe
recurso da decisão judicial para que o prefeito prove inocência. Na avaliação
dela, o fato mais grave está nos fortes indícios de que houve influência
econômica nos votos do Legislativo municipal.
Já o deputado Carlos Felipe (PCdoB) disse que
“imaginar vereadores recebendo R$ 150 mil para afastar um prefeito é
lamentável”. Na avaliação dele, não haveria indícios de desvio de recursos.
(Revista central)