Conhecimento sempre foi uma
ameaça quando se trata de manter a população obediente e ordeira. Na idade
média, tentando frear o avanço do protestantismo, a igreja católica criou o
index librorum proibitorum, ou índice de livros proibidos. Aos poucos, a lista
foi crescendo e cercando outros tipos diversos de ameaças à fé, só tendo sido
extinta em 1948.
No livro O nome da Rosa, de
Umberto Eco, tomamos conhecimento de outra prática que também teria sido usada
na mesma época. Para impedir a disseminação de informações, os livros eram
envenenados, e acabavam matando os leitores, que tinham o hábito de molhar a
ponta do dedo na língua para virar as páginas.
Também era muito comum que ao
conquistar uma cidade, o exército inimigo simplesmente queimasse todos os
livros do povo dominado. Mas ficando apenas no mundo da literatura, impossível
não citar livros como Farenheit 451 e 1984, que bem mostraram a relação entre o
poder e o controle das informações. No livro bíblico de Gênesis, Adão e Eva
também são punidos por provarem da “árvore do conhecimento”, em um possível
incentivo à obediência em detrimento de um pensamento mais questionador. Como
se pode ver, conhecimento é um bom negócio. Sem ele ainda estaríamos andando
peladões por aí.
Na adolescência, Paulo Coelho
era meu melhor amigo, li e re-li diversas vezes, e em cada vez, a descoberta de
novos sentimentos e emoções, que só experimenta quem deixa por um tempo a
realidade e mergulha num mundo de sensações que são os livros.
Realmente Quem Lê é perigoso,
perigoso porque deixa pra traz uma consciência pequena e limitada, para se
tornar um indivíduo questionador.
(etceteraomnia )