O ano eleitoral já
começou e eles nem sequer aparecem nas pesquisas de intenção de
voto, mas os candidatos "nanicos" à Presidência acreditam
que podem surpreender em 2014. Conhecidos como “pequenos” pela
expectativa de que devem receber poucos votos, pré-candidatos como o
pastor Everaldo Pereira, vice-presidente do PSC, e o idealizador do
“aerotrem” e presidente do PRTB, Levy Fidelix, apostam na força
das bases e no poder das redes sociais.
Confiante, Fidelix parte
para sua segunda candidatura ao Palácio do Planalto lamentando a
falta de espaço e a “máfia das pesquisas fajutas” de institutos
como Datafolha e Ibope, que não divulgam suas intenções de voto
para 2014. Desta vez, o
presidente do PRTB se articulou em bases regionais, ,
nas quais pretende contar com os palanques que não teve nas últimas
empreitadas.
— Como não temos
espaço disponível nas grandes mídias, nossa estratégia se foca
naturalmente na internet. Já venho treinando para entender a
linguagem do internauta. Quando entro no Twitter, todo mundo vem
[conversar].
Presidente nacional do
PSDC, o pré-candidato José Maria Eymael também aposta nas redes
sociais para superar os limites do pouco tempo de propaganda
eleitoral do partido na TV. Segundo o democrata-cristão, o PSDC
conta com uma "boa equipe" voltada para disseminar via
internet a mensagem da legenda para 2014.
Veterano da corrida
presidencial e candidato derrotado na última eleição municipal de
São Paulo, Eymael diz que, desta vez, concorre para ganhar.
— Disputei três
eleições à Presidência, em 1998, 2006 e 2010, na tarefa de
reconstrução do PSDC, um partido que foi destruído duas vezes, uma
em 1965, quando o regime militar extinguiu os 13 partidos que
existiam, e outra em 1993, quando ocorreu a fusão do então PDC com
o PDS. Agora, com o partido maduro, podemos disputar com a pretensão
de vencer.
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Eleições 2014
Menos incomodado com a
ausência de seu nome nas pesquisas de intenção de voto, o pastor
Everaldo Pereira destacou a força da militância do PSC no País,
demonstrando tranquilidade.
— Por enquanto não tem
incômodo [por não estar nas pesquisas]. Vamos aparecer na hora
certa. Em todo lugar no Brasil, a gente vem pontuando. Tenho as
minhas pesquisas. Na hora em que o partido oficiar [a candidatura],
os institutos terão de nos considerar.
Pré-candidatos
Por enquanto, há cinco
pré-candidaturas “nanicas” postas — além do pastor Everaldo,
de Fidelix e de Eymael, Mauro
Iasi (PCB) também já se apresentou para a disputa. E o
comunista é o único deles que se diz mais preocupado em promover o
debate ao longo da eleição do que em vencê-la.
— Estamos com o cenário
de uma possível reforma que pode restringir ainda mais a
participação política no Brasil. Hoje é uma disputa de grandes
máquinas extremamente atreladas ao poder econômico deste País.
Queremos propor a necessidade de uma discussão.
Outro pré-candidato é o
senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que ganhou em concorrência
interna contra a ex-deputada Luciana Genro (PSOL) a oportunidade de
representar o partido em 2014. Apesar da derrota, a ex-deputada
mantém seu nome da disputa, e considera inclusive compor chapa como
vice de Randolfe.
Luciana Genro aposta suas
fichas na conexão com os “revoltados” que tomaram as ruas do
País em junho. Em entrevista ao R7, ela atrelou o sucesso da chapa
encabeçada por um socialista à capacidade de se apresentar como
alternativa à política tradicional.
— A possibilidade de o
PSOL ir bem [na eleição de 2014] está relacionada com essa postura
de negar a política tradicional. [A mobilização de] Junho deu esse
recado para nós. Se o PSOL entra no jogo da política tradicional,
vai se afundar na política partidária.
Em 2010, os seis
candidatos nanicos somaram, juntos, apenas 1,5% dos votos válidos.
(Com informações R 7)