Um tipo de prática que vai contra
o desenvolvimento das instituições democráticas - Imagem: reprodução. |
Ao viver no regime democrático,
muitos acreditam que a escolha dos representantes políticos deve estar atrelada
a um processo de identificação sincero entre um candidato e seus possíveis
eleitores. Nesse contexto, a vitória de um determinado representante político
seria a consequência natural de uma ideologia e de um projeto político que
vencem as eleições ao melhor que atender aos anseios da população.
Apesar de toda a coerência
perceptível nesse tipo de situação, observamos que o desenvolvimento das
práticas políticas não ocorre somente dessa forma. Quantas e quantas vezes não
vemos alguém professando o seu voto em algum político como uma retribuição a um
favor anteriormente atendido? É nesse tipo de situação que observamos uma clara
manifestação do chamado paternalismo político.
A prática paternalista acontece geralmente quando um candidato ou governante oferece um favor em troca de algum outro benefício. Dessa forma, ao invés de representar honestamente apenas o interesse daqueles que o elegeram, o político abusa do poder que tem em mãos para se perpetuar em cargos ou atingir outras metas. Em suma, vemos que a relação de representatividade perde amplo espaço para as simples relações de troca.
Geralmente, o paternalismo acontece em países ou regiões em que as condições de vida da população está carcomida por graves problemas. Aproveitando dessa situação, o político facilmente atinge seus objetivos ao conceder favores que usualmente resolvem de forma paliativa os dilemas daquele grupo social. Com isso, a realização de projetos de grande transformação se anula pela tentação de soluções imediatistas.Em muitas situações, observamos
que os políticos paternalistas são venerados como “homens fortes”. De fato, a
sua força gira em torno de atrair o apoio irrestrito de eleitores que não veem
mal em eleger alguém que “rouba, mas faz”. Atualmente, o aprimoramento das
leis, a educação e aplicação de políticas sociais consistentes são vistos como
soluções para que o paternalismo e seus representantes percam força.
(Mundo Educação)
Por Rainer Sousa -Mestre em História